Desculpe-me e, por favor, entenda as minhas dificuldades. Eu ia te escrever uma carta de amor me despedindo, mas demonstrando todo o meu sentimento, até que me disseram que para escrever sobre algo temos de entender bem do assunto. E eu não entendo muito do amor e não entendo de despedidas... Elas nunca dão certo, não no nosso caso. Cheguei a perguntar para algumas pessoas o que realmente é o amor, como faço pra me despedir definitivamente, mas nenhuma delas sobe me responder com clareza, sempre tem um “acho” no começo da frase ou um “é mais ou menos isso” no final. Então vou tentar me expressar da forma que acho mais fácil, como se eu estivesse conversando e fosse contar-lhe o que está acontecendo. É assim, eu te amo e sempre amei, faço de tudo pra ficar ao seu lado, e ajudar no momentos difíceis. Mas desta forma não tem dado muito certo, você sabe, eu sei. Eu faço minha parte, você falha na sua. Você faz sua parte, eu falho na minha. Estava sendo assim, mas há um bom tempo deixei de cometer os meus erros, e isso criou uma dificuldade muito grande pra aceitar os seus. Um copo demora a se encher quando o líquido cai de gota em gota, mas é impossível que não transborde um dia. Aguentei o quanto pude. O copo já não agüentava mais, o líquido estava prestes a transbordar de vez e um pequeno esbarrão fez que isso acontecesse muito mais rápido do que eu imaginava. Não há uma forma de fazer que o nosso relacionamento (o copo) depois de passar por tantas coisas, se adapte a essas mentiras (líquido). Você ocupou todos os espaços reservados para decepções que poderiam existir em mim, chegou ao ponto de me traumatizar, me deixar com medo, insegura, indecisa. E acho que a única forma de fazer isso é colocando um ponto-final (e, desta vez, realmente é um ponto, e não uma vírgula) na nossa história, esquecendo tudo o que passamos junto, os bons e maus momentos. Porque você Sabe, né? “Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.”
#Atrê.
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